sábado, 17 de abril de 2021

Ao sabor de um cálice de silêncio

 

Na beira de um riacho observando o fluir das águas e o voar das borboletas num exuberante colorido. Um insight como uma noite escura, como um caminho sem saída, como tudo que se acaba sem ao menos ter começado. O insondável e o inesperado olhar que somente quer olhar, admirar o admirável e alçar voo até os confins da imaginação.  

Tudo ao mesmo tempo vai se arranjando e se conectando. Em algum momento algo me apreende e me faz ver além dos olhares, além da própria imaginação. O imaterial, o subjetivo e a concretude do inatingível. O mundo visto com um único olhar, o olhar que me olha. A alma me olha e me observa de longe e cada vez mais me aproxima do invisível, do imensurável e do indizível.

O inesperado que se faz a todo o momento, um espanto, um instante que passou pelo tempo e se desfez em palavra. Mas a palavra sempre se refaz. Envolve, se desenvolve e tudo muda tudo se transforma. O pêndulo do tempo e o tempo para dizer, por favor, me dêem um tempo. Um caminho longo e cansativo, preciso caminhar devagar. Será que alguém me espera? Eu sei que as palavras me esperam, mesmo eu devagar e elas voando.

Vou brincar de escrever. Não quero escrever sobre a realidade. Por isso quero brincar com as palavras. Andar de mãos dadas com as palavras, qualquer palavra. É noite, é dia. Chove ou faz sol. Palavras, frases que tenham sentidos ou não. Não importa, apenas quero brincar com as palavras.

A vida é uma palavra. Qual é o sentido da vida? Não sei, vamos brincar? Brincar com a vida. Como brincar com a vida? A vida é solitária e pode se solidária, ela é apenas uma palavra. A palavra é o silêncio e no silêncio da palavra a vida se fez. Fez o silêncio e a vida passou por um instante.

Era o silêncio, era a vida e o silêncio se fez em versos e a vida se fez em poesia. Eu só quero brincar de escrever. E as palavras imaginam o mundo brincando no paraíso entre anjos e arcanjos. E de repente o silêncio declama um verso numa lúdica brincadeira de ser poeta. Era o poeta Alcides de Souza declamando seu verso: “O som do silêncio me rodeava e com mais nada me importava”.

E assim seguiu a sublime melodia daqueles versos. Era somente uma brincadeira, eu e as palavras no reino do faz de conta. E tudo ali se misturava: silêncio e palavras, poesias e poetas, vidas em sua mais sublime exuberância. Quero brincar com as palavras, queria brincar com as palavras, mas perdi o controle. Escondi-me de mim e me perdi.

Passaram vários momentos e eu fingi ser eu em outros instantes. Chegou à noite e amanheceram outras manhãs e eu brincando de escrever, tentando ser o que eu era. Desfez a noite sob distantes olhares entre palavras semeadas nos jardins da imaginação. As palavras e o sorriso de criança, sorrindo da vida na plena inocência. Isso é apenas uma brincadeira, uma noite que quer a lua só para si. Brincadeira de fazer chover e pedir para o sol aquecer a terra molhada.

A palavra quer ser vida, quer ter vida e quer caminhar entre tudo o que há. Mesmo sendo uma grande brincadeira, uma aventura por entre vales e montanhas, cavalgando por campinas verdejante ou voando além do infinito sob as asas da imaginação.  Mas essa noite está um pouco escura e as estrelas estão ausentes. O coração do mundo está sangrando, é tanto ódio que as dores são dilacerantes.

Quero apenas escrever, mas às vezes as palavras saem do controle e adentra por caminhos desconhecidos. Eu quero escrever, mas as dores das palavras sutilmente acabam me ferindo. Ao amanhecer de um dia qualquer contemplando tudo que ainda está por vir. Eu queria apenas escrever, mas Inesperadamente o sentimento se fez infinito e trouxe-me para junto de mim a vida simples e complexa ao sabor de um cálice de silêncio.  

 Luiz Carlos de Proença

Solidariedade e cuidado

 

Serão tempos difíceis afirmam os especialistas. No aspecto econômico isso é certo, dólar em alta, bolsas de valores em baixas. Fronteiras sendo fechada, diminuição do fluxo de pessoas. Acredito que a maioria dos brasileiros não está interessada nesse assunto, deixe isso para os investidores e os analistas econômicos. As incertezas dos mercados já são comuns, devido às turbulências políticas.  Não podemos nos fixar nos aspectos econômicos que  tende a se agravar por conta dessa pandemia que coloca o mundo em alerta.  Como já sabemos, esse vírus teve origem na China e se espalhou por todos os continentes, por isso que a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou como pandemia.

Não sou economista e nem especialista em saúde para dar detalhes técnicos sobre o assunto. Sou um cidadão, assim como todos, um pouco apreensivo com os fatos e com tudo vem acontecendo. E como cidadão tenho as minhas responsabilidades, pois vivendo em sociedade onde cada um tem que fazer a sua parte.

 São esses momentos, são nos momentos difíceis que temos que mostrar a nossa humanidade, como povo e como nação.  Cuidar um do outro, lembrando o lema da Campanha a Fraternidade desse ano. O cuidar, sentir as dificuldades do outro, estar sempre à disposição para ajudar. Ter sempre em mente que dependemos um do outro, e as dificuldades nos mostra o quanto somos fortes.

Mas infelizmente, muitos não entendem assim e coloca os seus interesses individuais acima dos interesses coletivos. É nesse momento que também aparecem os espertalhões, aquele que gosta levar vantagens em tudo, aproveitando momentos como esse para lucrar em meio ao sofrimento e o desespero.

Estamos assistindo pelos noticiários muitas informações sobre esse assunto. Compartilhamos pelas redes sociais todo o peso desse momento. E aí surgem inúmeras teorias que tentam explicar tudo isso que está acontecendo.  Não importa às teorias conspiratórias, o vírus está infectando e mantando pessoas pelo mundo. O que temos que fazer é unir forças, comprometendo com a vida de cada um. Sem egoísmo, sem partidarismo, pensando realmente no bem comum. A melhor coisa a fazer é seguir as recomendações dos especialistas. Essas que todos nós já sabemos e temos que por em prática. Sabemos que não está sendo fácil ouvir e ver tantas notícias desoladoras e saber que isso já faz parte da nossa realidade.

Todos conscientes nessa travessia, sabemos que depois da tempestade o sol sempre volta a brilhar. Que essas dificuldades reforcem e renasça em nós o sentido de humanidade. E que a paz, a esperança e o amor reinem em nossos corações.

 

 Luiz Carlos de Proença

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Bendito sejam aqueles versos
Permeado em tristeza e caminhando na luz do sol
Tu és versos, tristeza minha em poesia e lágrimas.
Suplico por vós e pelas flores às margens dos jardins
Pela liberdade ferida e corações aflitos
Oh, poesia, em mim arde seus versos e aquieta a minha alma.
Seus olhos em noite sem luar encantam a minha tristeza
Sua face afaga em meus versos e fere os meus momentos
Ah, essa vida, tantas andanças em tão pouco tempo.
Esse sorriso escondido, esse jeito único de ser.
Poesia, meu jardim em versos.
Poetiza-me e acolhe em seus braços.
Exalta em mim liberdade poética
Exala seu cheiro em tardes, mesmo que seja tarde.
Deixe ir embora o sol que o iluminou o dia
Amanhã são outros olhares, o hoje me faz bem.
Bendito seja essa poética
Ouso-me caminhar sobre a linha do horizonte
Chegar ao infinito e me perder na próxima esquina
Esqueço o seu nome entre tantos versos já esquecido
Entre erros e acertos, esqueça os meus acertos, os erros estão em mim.
Seguir adiante para encontrar-me em outros versos.
Em outros versos, há um tempo escondido entre poesia e lamento.
O luar esquece a noite e rouba o sol dos dias que virão.
Um olhar distante em noites escuras e flores murchas entre sorrisos.
Deleita-me ao sabor do acaso, e deixe-me entre os sublimes versos. Semeando sentimentos no jardim da esperança
Luiz Carlos de Proença

domingo, 27 de março de 2016

São somente as dores de uma paz distante e o medo sob a visão do caos.  Deixe esse canto triste e melancólico ecoar outras travessias e morrer à beira da solidão. De longe parecia ser flores em um imenso jardim, logo seguida os olhares turvos as mentes se perdem entre os vãos da existência. Meu eu distante e o silêncio apascenta meu ser.  

Metáforas do Eu
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Luiz Carlos de Proença



























Pede passagem um sorriso ao longo dessas longas veredas. Segue o fluxo entre o vil metal toda a forma de ser, se assim for assim será. Tão pouco, tão perto, logo ali entre os olhares e a solidão dos dias. A essência das flores e ausência de amor nas impurezas que poluem as mentes e corroem o sorriso. A alma alardeia a leveza de espírito que solidifica o ser em toda a plenitude. Para sempre, sempre será minha coragem despojada e minhas verdades. São minhas, são meus, e é de todos pelo menos um pouquinho de cada instante que se desfaz em qualquer momento. Foge e depois vem ao encontro desejando os mesmos desejos e se perdendo entre os mesmos caminhos. Perdoa-me, por favor; perdoa. Machuquei, feri e foi ferido. Depois, talvez amanhã, o amanhã é um talvez, ainda não existe. Então voe, abre suas asas que o vento levará entre absurdos e quimeras. Leva-me por essas incógnitas e rasteja sobre a rudeza da inocuidade. Era difícil, tempo depois desapareceu não se sabe o paradeiro. Há um lugar, há uma palavra; há um caminho que leva em algum lugar. A fome, a sede e a ignorância sobre a mesa. Um pouco, somente um pouco mais. Não me pergunte não saberei responder, mas qual é a pergunta? A minha ignorância perfaz-me por inteiro e faz de mim e depois desfaz em mim; basta-me. O rato roeu a roupa do rei de Roma; e daí foda-se o rei, ele está nu e os ratos estão por aí. Desenha as nuvens e faz chover nos desertos para colher o que não plantou. Abra o coração e rasgue o peito sobre brasas ardentes num mundo em chamas. Inquilinos de casas assombradas em um país à beira do caos. Bebe a água podre para buscar a pureza entre os lamaçais dos dias infidos.  As leis dos homens em terra de ninguém; não pare que o bicho come, não corra que o bicho paga. Parados entre o abismo e precipício, ambos são a mesma coia, só para ilustrar.
Pede passagem um sorriso. A vida descansa, e assim segue o fluxo.
25 de março de 2016

Luiz Carlos de Proença

Metáforas do Eu
Visite o site da editora e procure pelo nome do autor ou o título - Livro Metáforas do eu. Acesse:
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Luiz Carlos de Proença



Ao sabor de um cálice de silêncio

  Na beira de um riacho observando o fluir das águas e o voar das borboletas num exuberante colorido. Um insight como uma noite escura, como...